Nov/13

A quanto tempo está no SOCOR?

 

Primeiramente quero agradecer a esta honrosa oportunidade de ser entrevistado pelo Jornal do Socor.

Então. Pertenço ao Corpo Clínico do Hospital Socor desde janeiro de 1997. Até o ano de 2002 eu trabalhei também no Pronto Socorro do hospital. A partir daí, sempre indiquei o hospital para os meus clientes de consultório, sendo que, nos últimos dois anos, fortaleci ainda mais esta parceria com o hospital e com a equipe de ortopedia, me envolvendo também na Preceptoria da Residência de ortopedia do Socor.

 

Sobre o livro que você está lançando, como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual assunto ele aborda?

 

O livro se chama: Nossa Empresa, Nossa Casa – Estratégias para gestão de atitudes na sua segunda casa. Faço palestras corporativas sobre Liderança e Gestão e a ideia de escrever um livro surgiu a partir dos estudos que faço no dia a dia da minha atividade como palestrante. Já a ideia do paralelismo entre uma empresa e uma casa veio naturalmente, já que todos sabemos que a empresa é o nosso segundo lar. Na verdade, passamos mais tempo acordado da nossas vidas em nossos ambientes de trabalho, do que nas nossas próprias casas.

 

Além de medico você também é mágico.O que te atraiu para que você se tornasse um mágico? Quais benefícios traz pra vida de médico ser um mágico?

 

Costumo dizer que ser médico me torna um melhor mágico e ser mágico me torna um melhor médico. Vejo muita sinergia e sintonia entre as atividades. Em um primeiro momento, dedicava os fins de semana às mágicas e a atividade médica seguia o seu fluxo normal. Houve sim, momentos de dificuldade para adequação de agendas e chegou uma hora em que eu tive que declinar, por exemplo, da traumatologia. Conciliar atendimentos de Pronto Socorro, cirurgias de urgência e escalas de sobreaviso foi ficando difícil, na medida em que as demandas para shows, palestras e viagens artísticas iam se tornando mais frequentes. Atualmente, só realizo cirurgias eletivas e, felizmente, os convites artísticos acontecem com uma antecedência que me permite adequar a minha agenda, sem grandes dificuldades. Já a atração pelas Artes Mágicas é uma paixão que trago desde a infância.

 

 

Em algum momento você já precisou usar o lado mágico com algum paciente ou o lado médico em alguma apresentação?

 

Sim. Mas raramente o tempo é suficiente, na correria do nosso dia a dia, para fazer mágicas dentro do consultório. É claro que isso acontece, mas em uma frequência menor do que eu gostaria. Tenho sempre no bolso, na maleta ou na gaveta, alguns efeitos mágicos para divertir e agradar os clientes. Quando se trata de uma criança então, às vezes arredia ou temerosa diante de um médico, um simples efeito mágico pode mudar completamente o relacionamento e a interface médico/paciente. O maior viés é mesmo a falta de tempo. Porém, quando é possível, vivencio exitosas experiências junto aos clientes, tanto junto às crianças quanto aos adultos. Já o lado médico ajuda muito o lado artístico, tanto no networking, tão importante nos dias atuais, quanto emprestando ao mágico/palestrante uma enorme gama de conhecimento forjados no dia a dia da maravilhosa profissão de médico mas, especialmente, no aspecto artístico que a medicina também representa na difícil arte de conhecer a mente humana e de aperfeiçoarmos, a cada dia, o relacionamento interpessoal.

 

 

Qual das duas profissões você mais gosta de exercer?

 

 

 

Sou apaixonado pelas duas profissões e trabalho muito em ambas. Atendo consultório ortopédico em cinco turnos da semana, opero em duas manhãs, participo da Preceptoria do Serviço de Ortopedia do Hospital Socor, sou Professor Universitário de Semiologia Ortopédica e contribuo na nossa sociedade – SBOT – MG – como Examinador na CET (Comissão de Educação e Treinamento) e como membro efetivo, da atual Gestão, da CEC (Comissão de Educação Continuada). De quebra, integro o Conselho Editorial do Jornal da Associação Médica Brasileira (JAMB), por ser um apaixonado por literatura.

Em contra partida, como mágico e palestrante corporativo, viajo para várias cidades e estados, conheço pessoas e lugares, aprendo muito com o choque cultural de diversas regiões e com a cultura organizacional de diversas empresas. Pertenço a duas entidades mágicas mineiras e uma internacional, atendo convites para festas infantis, restaurantes, hotéis e entidades classistas e sou colunista da maior revista de mágica que circula no Brasil – Revista Magi.

 

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O meu interesse pela Arte Mágica vem da infância. Sempre gostei de circos, shows artísticos em geral e números com cartas de baralho. Não havia nenhum outro mágico (nem médico) em minha família e o interesse foi por minha iniciativa mesmo. Comprava “caixas de mágicas” pelo Reembolso Postal, em uma época em que o acesso a informações era muito difícil. Acredito que toda criança gosta de mágicas e eu, por minha vez, gostava a ponto de desejar ser um daqueles artistas, que me fascinavam e me encantavam, cada vez que eu os assistia, no circo ou na televisão.

 

 

Por volta dos 12 anos de idade, eu aprendi os primeiros números, com cartas de baralho. O interesse foi tanto que passei a fazer uma busca ativa para novos efeitos. Quando eu ouvia dizer que alguém fazia algum sortilégio com cartas ou outros objetos, me empenhava em conhecer aquela pessoa e me esforçava para aprender também. Os próximos passos foram as aquisições pelo Reembolso, já citadas. Quando cheguei em Belo Horizonte, em 1982, conheci vários “Mágicos de Rua”, aqueles artistas ambulantes, muito talentosos, e que fazem os seus shows nas praças das grandes cidades. Naquele momento o “mosquitinho mordeu pra valer” e eu sabia que não deixaria mais a paixão pela Arte Mágica. Com eles eu aprendi novos efeitos e adquiria, aos poucos, os números que marcaram o início do meu arsenal. Somente aos 17 anos é que eu conheci a primeira loja de artigos mágicos (Castelo das Mágicas), em BH e aí sim, a atividade tomou mais consistência e eu passei a ter acesso a cursos específicos, associações de mágicos e ao infinito universo que a Arte Mágica proporciona. Aquele momento coincidia com o ano em que eu fazia Pré Vestibular e, meses depois, me aprovei no vestibular para medicina, no momento em que a mágica já corria em minhas veias e artérias.

 

 

O meu interesse pela medicina também veio da infância, embora não tenha tido nenhuma motivação específica. Como jogava futebol, nas categorias de base do time da minha cidade, eu já percebia a minha afinidade para algumas imobilizações e curativos, além de gostar muito das aulas de ciência. Lembro-me também da morte de uma prima, mais nova do que eu, vitimada por um câncer linfático. Aquele fato impactou muito a minha vida e me despertou ainda mais o interesse em estudar medicina.

 

 

As coisas aconteceram naturalmente, com motivação permanente e sem maiores dificuldades. Me casei aos 21 anos, no sexto período do curso. Naquele momento, a despeito da permanente ajuda de ambas as famílias, os shows de mágica passaram a constituir uma renda consistente e crescente. Em pouco tempo, eu já pude agradecer à ajuda financeira que vinha do meu pai e do meu sogro. Aos 24 anos veio a graduação em medicina, mas eu nunca cogitei a hipótese de parar de fazer mágicas. Ao contrário, sempre investi em ambas as profissões, com cursos, congressos, associações de classe e aquisição de novos livros e equipamentos. Fiz e faço muitos shows beneficentes e o meu maior tributo é, sem dúvida, a alegria das plateias.

 

 

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